Revista de Imprensa

 

Algarve acolhe USGA/EGA

Ana Paula Saúde – CT do Clube de Golfe de Tróia

José Dias Pereira – CT do Clube de Golfe do Estoril

 

Nos passados dias 18 a 20 de Fevereiro realizou-se em Vale de Lobo um importante evento de golfe para o qual fomos simpaticamente convidados pela Federação Portuguesa de Golfe (FPG).

Entre os 81 participantes, com forte presença feminina, oriundos de 26 Federações de Golfe europeias que se deslocaram a Portugal propositadamente para o evento, o entusiasmo era grande e penso que terão passado, tal como nós, três interessantes dias em Vale de Lobo não jogando golfe e sequer encontrando entre os presentes qualquer “estrela” do golfe europeu. Um privilégio só ao alcance de alguns!

Excepção feita a uns quantos convidados da FPG, observadores como nós, todos os outros desempenham a função de Chief Raters nas respectivas federações.

Chief Rater é, pela sua experiência, o líder de uma equipa de Raters – equipa de classificadores de campos de golfe.

O evento, o Seminário de Course Rating para Chief Raters, a cuja organização se candidatou com sucesso a FPG através da Comissão de Handicaps e Course Rating (CHCR) ocorre periodicamente sob a égide da United States Golf Association (USGA) em colaboração com a European Golf Association (EGA) e tem como objectivo principal uma cada vez maior uniformização de procedimentos e critérios na classificação de campos de golfe das Federações que integram a  EGA que, como sabemos, utiliza o sistema de classificação de campos de golfe da USGA.

Todos os entusiasmados participantes do seminário trabalham simplesmente para nos proporcionar a nós, apaixonados deste desporto, a completa portabilidade do nosso handicap qualquer que seja o campo onde tenhamos possibilidade de jogar e que o façamos sempre em condições da maior justiça e verdade desportiva, para connosco e sobretudo para com todos os que connosco competem.

Um simpático jantar de boas vindas, que contou com a presença de Manuel Agrellos, permitiu aos participantes uma interessante troca de experiências sobre as diversas realidades do golfe europeu.

A titulo de curiosidade: A recusa dos cavalheiros ingleses em integrarem o sistema EGA não impediu que a Ladies Golf Union  tenha neste momento classificados mais de 700 campos em Inglaterra e que as competições femininas se realizem de acordo com o sistema EGA. Na Escócia o sistema já está mais difundido e sempre por insistência das “ladies golfers”.

Uma bem sistematizada apresentação de Scott Hovde, Manager of Handicapping and Course Rating da USGA sobre as mais recentes actualizações ao modelo e ao software de apoio evidenciam claramente o esforço que se vem fazendo para, em conjunto com a EGA, se alcançar um modelo cada vez mais perfeito e global com classificações sempre mais homogéneas e independentes da equipa de Raters, por via de uma crescente pormenorização de análise e de adaptação à evolução tecnológica e suas implicações ao nível do jogo.

O trabalho de campo em que os Raters organizados em vários grupos procederam à classificação de alguns buracos do Royal Golf Course sob orientação dos delegados da USGA permitiu a todos testar métodos e calibrar resultados. O relatório a ser enviado a todas as federações participantes é um interessante indicador de boa aferição do trabalho de cada um.

Também a FPG esteve representada pelo seu Chief Rater, Sr. Joaquim Pereira e alguns dos Raters que com ele habitualmente colaboram.

Lamentavelmente poucos se têm disponibilizado para este trabalho que só terá a ganhar em qualidade quando pudermos contar com equipas diversificadas com elementos conhecedores e praticantes de golfe que analisem o campo nas duas perspectivas importantes de classificação, a do jogador bogey e a do jogador scratch.

A realização deste seminário em Portugal é quanto a nós um marco na história da ainda jovem CHCR da FPG e um reconhecimento da sua capacidade organizativa.

Lembremo-nos do que eram os handicaps em Portugal há meia dúzia de anos atrás.

Graças ao empenhado trabalho, à seriedade, à capacidade de ouvir e se actualizar, da CHCR e ao grande apoio que tem sido dado aos Clubes disponibilizando uma ferramenta eficiente de gestão de handicaps – Datagolf - em constante evolução, temos hoje em Portugal um sistema de handicaps com condições para funcionar ao nível do que melhor se faz na Europa.

Não temos dúvidas que se no jantar anual do golfe nacional fosse aos Clubes permitida uma distinção à Comissão do Ano, que Júlio Mendes e a sua equipa seriam já repetentes.

Está agora nas mãos dos Clubes contribuir com o mesmo empenho para que o sistema funcione eficientemente. Claro que não nascemos ensinados e sequer nos podem exigir responsabilidades para as quais não fomos pedagogicamente formados. Conduz-nos este raciocínio ao que consideramos ser a próxima grande exigência à CHCR da FPG … 

… O LICENCIAMENTO DOS CLUBES

Ideia que defendemos há anos e que ainda mais se arreigou em nós após uma frutuosa troca de impressões com qualificado elemento da USGA sobre o lançamento do “Programa de licenciamento dos Clubes” que está a ser levado a cabo em todos os Estados daquele país, entrando obrigatoriamente em vigor no 2º semestre deste ano. 

A agradável conversa teve para nós ainda um aspecto bastante recompensador que foi o da total consonância de pontos de vista quanto à necessidade de implementar este Programa. O cumprimento integral pelos Clubes do sistema de handicaps é hoje, juntamente com o conhecimento das Regras, peça fundamental no desenvolvimento do Jogo e a única forma de passarmos, jogadores, as 4 horas duma partida em salutar ambiente desportivo. 

Eis alguns aspectos que colhemos desse nosso encontro e que referimos sucintamente:

  • Todos os Clubes filiados nas Associações Estaduais que queiram ser Autoridades de handicap terão de aderir ao Programa.

  • Os Clubes serão divididos em três categorias, os localizados em campo de golfe onde se realizam a maioria das competições que promovem, os constituídos por via de qualquer fio condutor social, cultural, profissional ou outro e os que se organizem sem qualquer preocupação definida.

  • As Associações Estaduais verificam a observância por parte dos Clubes de um conjunto de requisitos para concessão/manutenção da autoridade de handicap.

  • As Comissões Técnicas dos Clubes (CT) têm de integrar pelo menos um elemento que tenha frequentado um seminário sobre o sistema.

  • Depois haverá uma monitorização sistemática da actividade dos Clubes, tomando as Associações as medidas pedagógicas que entenderem ou mesmo suspensivas do estatuto de Autoridade.

Quem leu o nosso artigo de Dezembro último verifica que as acções aí preconizadas estão em completa consonância com as expostas, aliás ao escreve-lo já tínhamos conhecimento do que a USGA iria implementar e não temos qualquer dúvida de que futuramente esta actuação será seguida por todas as Federações europeias. 

Estando a nossa Federação na posse dum instrumento informático notável, o Datagolf, que permite a monitorização, parece que seria fácil a criação da, por nós várias vezes preconizada, “Comissão de acompanhamento dos Clubes”. Também nesse aspecto ficaríamos no pelotão da frente das Federações europeias. Repetimos … É UMA EXIGÊNCIA A QUE A FPG TERÁ DE RESPONDER.   

Março 2006

 


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Revised: 18-04-2006 .