Revista de Imprensa

 

Novo Sistema de Handicaps EGA
O fim dos "pistoleiros"?

Por, Valdemar Afonso

 

O golfe amador em Portugal está a ser beneficiado desde Dezembro último pelo novo sistema de handicaps, cujo mecanismo envolve a FPG e todos os campos e clubes nacionais.

 

O novo “Sistema de Handicaps EGA” é um método “que avalia a capacidade dos jogadores de diferentes categorias, para que estes possam, utilizando o seu handicap, competir em todos os eventos com handicap em condições de igualdade”, e está interligado ao Sistema Slope, que define o grau de dificuldade de jogo em cada campo.

“O objectivo deste sistema é de uniformizar a gestão de handicaps ao nível nacional e internacional e acabar com os chamados ‘bandidos’ ou ‘pistoleiros’ no golfe. Mas isso depende um pouco dos recursos disponibilizados pela FPG, pois será necessário verificar periodicamente a funcionalidade do sistema, visitando os clubes”, disse à Hole One o sueco Ulf Bjorkman, técnico de Course Rating e Handicaps da FPG, e que fez a definição do grau de dificuldade em todos os campos portugueses.

Pretende-se que todos os torneios, inclusivé os comerciais, sejam válidos para a correcção dos handicaps, e onde apenas possam participar jogadores com handicap EGA. Em qualquer destes torneios comerciais, se eventualmente participarem jogadores sem handicap EGA, estes não podem receber qualquer prémio.

“Se os ‘clandestinos? Ganharem torneios ou receberem prémios, isso será violar as normas estabelecidas”, acrescenta Ulf, salientando que “a penalização prevista nestes casos é a não homologação das provas futuras deste organizador”. Para os jogadores que não cumprem as normas, o handicap poderá ser suspenso, não permitindo a sua participação em qualquer torneio.

O sistema começou a ser implementado nos campos portugueses no ínicio de Dezembro do ano passado, e até final de Maio todos os percursos nacionais estarão classificados, sendo os últimos o Vimeiro, Castro marim e Pinheiros Altos, pois “os campos só podem receber torneios se estiverem classificados”.

A segunda fase será a revisão e aperfeiçoamento dos valores de classificação dos campos, agora definidos.

Por outro lado, desde Janeiro apenas poderão participar em torneios os jogadores filiados na FPG e com handicap válido, ou seja com o novo handicap EGA. “Mas o sistema só irá funcionar se todas as entidades envolvidas cumprirem”, adverte Ulf.

Os clubes que trabalhem em conformidade com o que está instituído irão receber o título de “Autoridade de Handicap”, mas os que não cumprirem com a aplicação em pleno deste sistema não vão beneficiar deste estatuto, e os seus membros não terão handicap válido e não poderão assim participar em competições noutros campos.

“Mas apesar de todas as boas vontades, só dentro de um ano contamos ter todo o sistema uniformizado”, acrescenta Ulf Bjorkman.

No caso dos clubes sem campo, todos são obrigados a ter agora um Home Course, que vai definir o handicap EGA dos seus associados, e quem não tiver “não pode jogar”.

Anteriormente a atribuição de handicaps não funcionava em pleno, porque havia SSS de campos mal atribuídos, os jogadores não entregavam os cartões de jogo no seu clube, ou mesmo clubes sem campo que alegavam ter um determinado campo como Home Club mas comprovando-se depois não ser verdade.

“Agora tudo isso irá mudar. Todos os torneios, em qualquer campo, vão servir para aferir o handicap, pois os resultados são automaticamente inseridos no sistema informático” oferecido pela FPG a todos os 75 clubes nacionais (no valor de 450 contos por clube). Logo que esteja a funcionar em série com a FPG, através da Internet, o handicap é aferido automaticamente e estará disponível para consulta, por qualquer pessoa ou entidade.

O sistema começou a ser instalado em Maio do ano passado, e os clubes tiveram oportunidade de o utilizar ainda com os handicaps antigos, “por isso não se pode dizer que as mudanças foram repentinas”.

“A grande diferença é a incorporação do Course Rating, que faz variar o handicap de jogo de campo para campo ou de tee para tee no mesmo percurso”, salientou Ulf, segundo o qual “para a análise de dificuldade de um campo são atribuídos dois valores: o Course Rating e o Slope Rating”.

O Course Rating é definido pelas várias dificuldades que o jogador ‘scratch’ pode encontrar na sua linha de jogo em, direcção ao green. Os mesmos valores são apurados para os jogadores de handicap mais alto. A diferença de dificuldades no campo, de um jogador para o outro, dá origem ao valor de Slope Rating.

“Até agora havia muitos sistemas a funcionar em Portugal, algumas variantes do sistema CONGU, além de outros sistemas como o canadiano, americano e australiano. Tudo isto dava uma grande confusão”, frisou Ulf Bjorkman, referindo haver alguns clubes “muito interessados” no novo sistema (como o Estoril, Belas, Montado, Palmares) que estão em contacto quase constante, apresentando questões ou duvidas, “mas há outros que nunca se manifestam”.

Para o jogador, a única alteração é de terem de consultar as tabelas publicadas nos campos para saberem qual o handicap de jogo.

Nos próximos meses todos os clubes serão visitados, para que a FPG possa prestar todo o apoio necessário.

Revista "Hole One" - Mar/Abr 2001

 


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Revised: 30-05-2001 .