F.P.G.

HANDICAPS EGA

(Extracto do livro "Sistema Handicap EGA 2012-2016" da Federação Portuguesa de Golfe
Apendice H - Guia Prático do Sistema de Handicap EGA) Versão Completa

"GERAL

O principal objetivo do Sistema de Handicap EGA é o de alcançar uma gestão de handicap justa e uniforme em Portugal e em geral, na Europa e, da melhor maneira possível, permitir que jogadores com diferentes níveis de habilidade possam competir numa base de igualdade e equidade.

Para obter um handicap EGA oficial, enquanto jogador, deve contactar um clube filiado, com autoridade de handicap (ou a federação nacional). Tem de jogar pelo menos três voltas em condições de handicap (ver abaixo e Parte 1, Definições) e entregar os cartões de resultados assinados por si e pelo marcador. Ser-lhe-á então atribuído um handicap com base no melhor resultado entregue (ver Apêndice P 2.5).

Jogue o seu melhor em cada volta individual e integre o máximo de resultados válidos possíveis durante o ano – este é um princípio fundamental de qualquer sistema de handicap. Assegure‐se de que o handicap registado é o correto – deve refletir a sua habilidade de jogo atual. Se o seu handicap for demasiado alto/baixo – contacte a sua comissão de handicaps. Os handicaps exatos são divididos em cinco categorias de handicap diferentes. Ver a tabela “standard” mais à frente.

Verifique sempre qual o handicap de jogo a que tem direito no campo a ser jogado, com base no handicap exato registado e na tabela de handicap de jogo afixada.

Poderá escolher normalmente qual o conjunto de “tees” a jogar, de entre os classificados para efeitos de handicap (nas competições aplicam‐se condições especiais).

Certificar‐se que o handicap de jogo é registado no cartão de resultados antes de entregar o cartão após o término da volta.

ATRIBUIÇÃO DE PANCADAS DE HANDICAP

A atribuição de pancadas de handicap corresponde ao número de pancadas recebidas numa competição com handicap. As atribuições podem variar para diferentes formatos de competição e são desenhadas para produzir condições de competição tão equitativas quanto possível. Em Portugal aplicam‐se as recomendações da EGA no que concerne à atribuição de pancadas de handicap (singulares, quatro‐bolas e “foursome”) em jogo por pancadas e jogo por buracos, tal como indicado no Apêndice D do Sistema de Handicap EGA.

VOLTA DE QUALIFICAÇÃO PARA HANDICAP

Para que uma volta conte para efeitos de handicap, é necessário que se verifiquem condições de handicap. É possível jogar uma volta e integrar o resultado para cálculo de handicap quer numa competição válida, quer em EDS (ver abaixo):

• A volta tem de ser jogada num campo classificado de acordo com o Sistema de Classificação de Campos da USGA, e o Course Rating tem de estar válido.

• A volta tem de ser jogada de acordo com as Regras de Golfe e Regras Locais.

• A volta tem de ser jogada de acordo com as regras do jogo por pancadas (os resultados são contabilizados em pontos “Stableford”) e com a totalidade de handicap de jogo (aplicam‐se condições especiais às voltas de 9 buracos).

• O resultado tem de ser marcado por um marcador.

• No caso de uma competição válida a mesma foi organizada por, um clube filiado, pela FPG, outra instituição aprovada pela FPG (membros institucionais da FPG). Se o resultado foi jogado no estrangeiro, tem de ser no âmbito de uma competição válida organizada por um clube filiado da federação nacional, ou outra entidade reconhecida pela FPG.

Informação adicional sobre voltas de qualificação:

Voltas jogadas quando é permitido melhorar a posição da bola também podem contar para efeitos de handicap.

Voltas jogadas em torneios a quarto bolas ou em outros torneios onde o jogador joga com um ou mais parceiros não podem contar para efeitos de handicap.

Se não entregar um resultado referente a uma volta de qualificação, será registado um Não Devolvido (ND) relativo a essa volta, podendo daí resultar um ajuste de handicap, ou não, dependendo das razões para o ND. A comissão de handicaps irá considerar as razões, caso a caso, e determinar os ajustes.

"EXTRA DAY SCORES" E RESULTADOS DE 9 BURACOS

"EDS"

Os jogadores da categoria de handicap 2, 3, 4, 5 e handicap de clube podem entregar extra day scores, ou seja, resultados suplementares para efeitos de aferição de handicap obtidos fora de uma competição válida, de acordo com as seguintes condições:

Os EDS podem ser jogados em qualquer campo classificado em território nacional, através de pré‐registo eletrónico.

• Antes de iniciar o jogo, tem de efetuar um pré‐registo de EDS, através de formulário eletrónico próprio e na inscrição deve conter a informação que facilite a administração do resultado entregue:

− Nº. de federado do jogador (nome, clube de filiação, handicap exato)
− Campo/Percurso (“Course Rating” e “Slope Rating”, handicap de jogo)
− “Tees”
− Buracos (18 buracos, “primeiros 9 buracos”, “últimos 9 buracos”)
− Nº. de federado do marcador (nome, clube de filiação, handicap exato)

• O seu cartão de jogo tem de estar assinado por si e pelo marcador. O seu handicap de jogo tem de estar indicado no cartão de resultados antes de ser entregue.

• Os requisitos de condições de handicap aplicam-se aqui.

• No que concerne aos jogadores de categoria de handicap 1, apenas contam para efeitos de handicap os resultados obtidos em competições, ou seja, extra day scores não são permitidos.

Resultados de 9 buracos
Se pertence às categoria de handicap 4 e 5 e handicap de clube também pode entregar, para efeitos de handicap, resultados efetuados em 9 buracos. No entanto, é preciso relembrar que:

• Antes de iniciar o jogo, tem de declarar a sua intenção de jogar uma volta de qualificação de 9 buracos.

• Só pode declarar e registar apenas uma (1) volta de qualificação de 9 buracos por dia.

ALTERAÇÃO DOS HANDICAPS

O sistema irá ajustar o seu handicap exato, dependendo do resultado que entregou. O ajuste entra imediatamente em vigor após a volta, independentemente do resultado ter sido integrado no software (ex. “away scores” -  resultados efetuados fora do âmbito do clube de filiação). É sua obrigação saber sempre o seu handicap exato (ver também “Responsabilidades partilhadas” abaixo).

Quando não tem de fazer um ajuste para aumentar ou baixar o seu handicap, diz‐se que entregou um resultado “dentro da zona neutra”, na qual não são efetuadas alterações ao handicap. A zona neutra representa uma zona de tolerância logo abaixo do handicap, onde não é feito ajuste ao handicap.

Um resultado de uma volta de qualificação tem de ser sempre registado, independentemente de baixar ou subir o seu handicap, ou de ter jogado dentro da zona neutra. O jogador tem de entregar as suas voltas de qualificação imediatamente após uma competição válida à sua comissão de handicaps (através da Comissão da Competição, ou diretamente se se tratar de “Away Score” do estrangeiro), e, no caso de EDS a entrega à sua comissão de handicaps segue o processo estipulado pela sua autoridade de handicap.

Na tabela seguinte encontram‐se os diferentes limites de pontos Stableford na zona neutra que se aplicam a cada categoria de handicap. Se entregar um resultado abaixo da zona neutra, o seu handicap irá subir, e se entregar um resultado acima da zona neutra, de um modo geral, de 37 pontos Stableford ou melhor, o seu handicap exato baixa.

CBA – “COMPUTER BUFFER ADJUSTMENT”

Por vezes, uma volta de golfe é jogada em condições fora do “normal” em relação à classificação do campo, ex.: condições climatéricas extremas ou "set‐up" do campo muito difícil, mas no âmbito do Si\stema de Handicap EGA essa volta pode ser usada para efeitos de handicap, desde que sejam cumpridas todas as restantes condições de handicap para uma volta de qualificação. No entanto, quando as condições são "anormais" ao ponto de ser injusto deixar que o resultado influencie o handicap do jogador, é então feito um ajuste para compensar. No âmbito do Sistema de Handicap EGA, este ajuste é designado por Computed Buffer Adjustment (CBA).

No cálculo do CBA, a performance dos jogadores da competição em relação à zona neutra é comparada ao cálculo da performance esperada destes jogadores em condições “normais”, e se a performance estiver fora de determinados limites definidos, é então feito um ajuste à zona neutra individual do jogador. Do ajuste pode resultar (i) uma deslocação para cima (se a performance do conjunto de jogadores for bastante melhor do que o esperado) ou (ii) uma deslocação para baixo (se a performance do conjunto de jogadores for bastante pior do que o esperado) do intervalo estipulado para jogar dentro da zona neutra. Alternativamente poderá acontecer que as condições sejam tão extremas que o resultado venha a contar apenas para descidas de handicap. O CBA tem de ser aplicado antes dos ajustes de handicap serem calculados.

O CBA aplica‐se apenas a competições válidas feitas em 18 buracos e não em resultados de 9 buracos ou EDS. O objetivo do CBA é o de introduzir mais um elemento de equidade no Sistema de Handicap EGA. Os jogadores individuais não precisam de se preocupar com o cálculo do CBA, porque este é feito automaticamente pelo sistema informático usado para gestão dos handicaps.

RESPONSABILIDADES PARTILHADAS – O JOGADOR E A COMISSÃO DE HANDICAPS DO SEU CLUBE DE GOLFE

De maneira a garantir uma aplicação correta e efetiva do Sistema de Handicap EGA, é essencial que todos os envolvidos assumam a responsabilidade para uma gestão de handicaps justa.

Estão estipuladas as seguintes obrigações relativamente à alteração do handicap:

− A autoridade de handicap de cada jogador tem de assegurar que todos os resultados válidos são registados, tão rapidamente quanto possível, executando os respetivos ajustes de handicap, subidas ou descidas.

− Não obstante o acima disposto, o jogador é responsável por informar a comissão técnica da competição, da alteração do seu handicap exato sempre que for necessário após um resultado válido que não tenha ainda sido introduzido no seu registo de handicap.

Ter também em consideração o seguinte:

• Tem de entregar pelo menos quatro (4) resultados obtidos em voltas de qualificação por ano para manter um handicap EGA ativo. No entanto, quantos mais resultados melhor – habitue‐se a entregar sempre um resultado válido.

• É adequado informar resultados excecionalmente bons obtidos em voltas que não tenham contado para efeitos de handicap.

• A comissão de handicaps do clube é responsável pela correta aplicação do sistema de handicap no clube. Deve dirigir-se junto da sua comissão de handicaps se verificar que o seu handicap não está correto (isto é, que o seu handicap está demasiado acima ou abaixo). A comissão de handicaps tem a autoridade para ajustar o handicap exato de qualquer jogador, particularmente no âmbito do processo de revisão anual dos handicaps, devendo também exercer esta função em casos excecionais entre revisões anuais dos handicaps, caso surja a necessidade.

HANDICAPS ATIVOS E INATIVOS

Considerando o objetivo do Sistema de Handicaps EGA de se manterem handicaps que reflitam a atual habilidade dos praticantes para que mantenha um handicap ativo, é obrigatório, que durante um ano civil entregue pelo menos quatro (4) resultados válidos obtidos de voltas de qualificação.

Nesse caso, considera‐se que tem um handicap ativo e que está apto para se inscrever numa competição onde a detenção de um handicap EGA seja um requisito para inscrição.

• O não cumprimento desse mínimo de quatro (4) resultados válidos por ano civil implica que o handicap fique inativo, de acordo com o seguinte processo faseado:

− Handicap caducado (inativo): Um handicap que foi mantido com apenas três (3) ou menos resultados válidos no ano civil anterior é designado como handicap caducado.
− Handicap perdido (inativo): Se um handicap se mantiver caducado por um período superior a 12 meses, ou seja, até dezembro do ano seguinte, esse handicap será perdido.

• Aplicam‐se as seguintes restrições aos handicaps inativos:

− Handicap caducado (inativo): os jogadores com handicap caducado poderão participar em competições, desde que não contem para a classificação “net” ou ranking “net”, exceto se o regulamento da competiçãonão permitir.

− Handicap perdido (inativo): considera‐se que os jogadores que perderem o seu handicap já não têm um handicap para participar em competições. O handicap perdido não é automaticamente ajustado de acordo com o disposto nas cláusulas 3.12.8 – 3.12.15 do Sistema de Handicap EGA sobre alteração dos handicaps.

• Os handicaps inativos podem ser reativados da seguinte forma:

− Handicap caducado (inativo): Um handicap caducado pode ser reativado através da entrega do número de resultados válidos para compensar os resultados em falta, jogados em competições válidas ou EDS. Estes resultados válidos são usados para ajuste automático de acordo com o disposto nas cláusulas 3.12.8 – 3.12.15 do Sistema de Handicap EGA sobre alteração dos handicaps.

− Handicap perdido (inativo): Para um handicap perdido ser reativado aplicam‐se as condições dispostas na cláusula 2.5 do Apêndice P para obtenção de handicap, com a obrigação de entrega de um mínimo de três (3) resultados. Além disso, ao atribuir‐lhe um novo handicap, a comissão de handicaps terá que levar em consideração o último valor de handicap do jogador e a sua capacidade de jogo em geral.

REVISÃO ANUAL DOS HANDICAPS

Todos os anos, no final de cada época, a comissão de handicaps tem de rever o handicap exato dos todos os jogadores. São considerados na revisão anual os jogadores com pelo menos quatro (4) resultados válidos obtidos de voltas de qualificação e são usados pelo menos oito (8) resultados válidos (se necessário serão usados os do ano anterior) como base da análise da sua performance de jogo. O seu handicap poderá ser ajustado para cima ou para baixo ou ficar inalterado, em resultado da revisão.

Finalmente, deve ter ainda em consideração que (i) o golfe é mais agradável se todos assumirem a sua responsabilidade e prestarem a devida atenção aos seus handicaps e (ii) que o handicap reflete a sua habilidade de jogo e não é um símbolo de estatuto.

 

 

 

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Revised: 09-07-2019 .